sexta-feira, 22 de abril de 2011

A historia do sorvete



Um convite para tomar um sorvete é sempre o começo de uma boa história
Bola de Sorvete
Que delícia que é quando a temperatura aumenta. Corremos para a praia, vestimos roupas leves, ou simplesmente nos largamos numa mesa ao ar livre, o papo correndo solto... Mas o bom mesmo é aquela vontade que dá de parar na primeira sorveteria e se deliciar com a dúvida nada cruel sobre qual sabor escolher entre os tantos que surgem a cada nova temporada.



Mas nem só de verão vive o sorvete, ao contrário do que muitos podem imaginar. Afinal, se assim fosse, países nórdicos, como a Suécia e a Dinamarca, que estão entre os maiores produtores da iguaria, não teriam a tradição de se esbaldar num alimento tão refrescante. Nesses lugares, o consumo nacional percapita é de cerca de 20 litros por pessoa/ ano, enquanto no Brasil, pasmem!, ainda consumimos apenas 3,5 litros. Segundo dados da Abis – Associação Brasileira da Indústria de Sorvetes, 70% das vendas no país concentra-se entre os meses de setembro e fevereiro.
O grande desafio dos brasileiros é justamente alterar esse perfil de consumo. Em estações mais quentes, sempre aumenta bastante a procura por sorvetes de frutas, feitos à base de água. Já em períodos mais frios, os sabores cremosos, à base de leite, são as vedetes da estação.
E pode tomar sem culpa. O sorvete é uma delícia muito nutritiva, grande fonte de energia. As calorias? Acredite: 100 g de sorvete (186 kcal, com leite) são bem menos calóricas que a mesma quantidade de pão francês (269 kcal) e até mesmo de leite desnatado (351 kcal). É um alimento quase completo: dependendo de sua composição, ele oferece proteínas, açúcares, carboidratos, gordura (vegetal e/ou animal), vitaminas A, B1, B6, C, D e K, além de cálcio, fósforo e outros minerais essenciais. Para quem se preocupa com o açúcar, não faltam por aí versões dietéticas das mais saborosas.
Então, faça chuva, faça sol, que tal balancear sua dieta nutricional com aquela taça de banana split ou mesmo com um simples picolé?

Sorvete, Tentador e Revolucionário

Sorvete no Copinho
A origem do sorvete ainda gera algumas discussões. A maioria dos estudos sobre o assunto relata que ele foi “inventado” na China há mais de 3 mil anos. Era uma pasta de leite de arroz misturado à neve, mais parecendo as nossas raspadinhas. Na Roma antiga, ele já servia ao paladar dos mais abastados. O imperador Nero mandava seus escravos às montanhas em busca de neve. Eles voltavam correndo para dar tempo de usá-la para congelar o mel misturado a polpa de frutas.
Mas o grande boom do sorvete na Europa veio junto com o do macarrão, quando, no século 13, o viajante Marco Polo trouxe diversas novidades do Oriente. Entre elas, uma mistura de água, gelo e frutas, muito parecida com os atuais sorbets. Os sorvetes cremosos, à base de leite e com sabores variados, surgiram por volta do ano 1600. O rei Carlos I, da Inglaterra, mantinha guardada a sete chaves a receita de seu crème ice (que quer dizer “creme de gelo”, como o ice cream, em inglês), que o cozinheiro do palácio acabou divulgando somente após a morte do monarca. Estava inaugurada uma nova era do sorvete na Europa, que foi sendo cada vez mais elaborado na França do século 18. A moda chegou ao outro lado do Atlântico, e dizem que o ex-presidente americano Thomas Jefferson tinha sua própria receita de baunilha – até hoje um dos sabores mais populares do mundo. Já George Washington teria pago quase 200 dólares (uma fortuna para a época), por uma receita específica da iguaria gelada.
De qualquer maneira, havia ainda um problema. Sorvete era só para a elite, e tinha que ser feito praticamente na mesma hora do consumo. Em 1875, veio a revolução: o alemão Carl von Linde inventou a geladeira (mais tarde os freezers seriam ainda mais úteis). Antes disso, a única máquina disponível para fabricar sorvetes, criada pela americana Nancy Johnson, era manual – mas já havia possibilitado a comercialização do produto graças a uma mistura de sal e gelo. Foi com ela, aliás, que o leiteiro Jacob Fussel, para incrementar as suas vendas, começou a produzir sorvete em grande escala e inaugurou a primeira loja do mundo, em 1851, na cidade de Baltimore.
No Brasil, uns dizem que a Bahia foi o primeiro lugar a conhecer o sorvete, trazido pelos portugueses no final do século 18. Outros consideram que sua chegada foi em 1835, com um grande carregamento de gelo que aportou no Rio de Janeiro vindo dos Estados Unidos. Como ele tinha que ser consumido na hora, as poucas sorveterias existentes no século 19 anunciavam a hora que a próxima leva ia sair. Era um corre-corre. Em grande escala, só começou a surgir em 1941, quando foi fundada a primeira fábrica, a Gato Preto.

O sorvete contribui até mesmo para a mudança do comportamento feminino. De acordo com o escritor Gilberto Freyre, ele foi a desculpa que faltava para a liberação social das mulheres, que passaram a invadir as confeitarias antes freqüentadas apenas por homens. Sorvete é puro deleite.

Curiosidades sobre o Sorvete

Escolha o seu sabor 100 gramas de sorvete têm 186 calorias. Ele é fonte de proteínas, carboidratos, vitaminas A, B1, B6, C, D e K, além de cálcio, fósforo e outros minerais.

Cristais de gelo com leite ou água

O sorvete é preparado com uma mistura de cristais de gelo com leite ou água (se for um sorbet), além de açúcares, gordura de manteiga ou creme de leite, emulsificante, espessante e ar. O teor de gordura desta calda-base varia de acordo com a mistura feita, que pode ser de baunilha, morango ou chocolate em pó e cacau.

Taça sundaetem

A famosa taça sundaetem esse nome porque, quando inventada, no século 20, nos Estados Unidos, era servida somente aos domingos. A grafia, no entanto, ficou diferente de Sundayporque o domingo era considerado um dia sagrado.
Bolas de Sorvete

Quem inventou a casquinha?

Os cones crocantes ficaram famosos em 1904, durante uma feira de alimentos na Louisiana. Um imigrante sírio havia levado um pouco de zalabia, uma massa parecida com waffle, e, na falta de pratos de papel para servir seus sorvetes, resolveu colocá-los em cones de massa crocante. Na mesma época, no entanto, mais de 50 vendedores de sorvetes reclamaram a invenção como sua, pelo mesmo motivo. Outros atribuem a inovação a Italo Marciony, um imigrante italiano que cansou de ver seus clientes quebrando os copos de vidro em que servia os produtos.

Receitas com Sorvete

Receitas com Sorvete
Torta Trufada de Chocalate
Rendimento: 20 porções
Receita: Eduardo Guedes, da sorveteria Stuppendo
Grau de dificuldade: médio
Sugestão de vinho: late harvest chileno
Ingredientes para o pão-de-ló
8 ovos (claras em neve)
2 xícaras (chá) de açúcar
Gotas de essência de baunilha
3 xícaras (chá) de farinha de trigo peneirada
Manteiga para untar
Ingredientes para a Trufa
250 g de chocolate meio amargo
5 colheres (sopa) de creme de leite sem soro
1 colher (café) de canela em pó
2 colheres (sopa) de rum (opcional)
100 g de cacau em pó
Manteiga para untar as mãos
Ingredientes para a Montagem
4 colheres (sopa) de rum
4 colheres (sopa) de água
2 colheres (sopa) de açúcar
2 litros de sorvete de tartufo
Lascas de chocolate para decorar
Modo de Fazer o pão-de-ló
1. Aqueça o forno a 180ºC (médio-alto). Unte com manteiga uma assadeira de fundo removível de 28 cm de diâmetro.
2. Junte às claras em neve as gemas peneiradas, o açúcar e a baunilha. Incorpore a farinha. Asse até dourar e desenforme. O pão-de-ló deve ficar com altura de 1 cm. Se necessário, corte-o no sentido horizontal. Reserve.
Modo de Fazer a Trufa
1. Derreta o chocolate em banho-maria. Apague o fogo e junte o creme de leite, a canela e o rum. Misture até formar uma massa homogênea. Leve ao freezer por 30 minutos.
2. Retire do freezer e faça bolinhas com a mão untada de manteiga.
Passe-as no cacau.
Montagem
Volte o pão-de-ló à forma, umedeça-o com uma mistura do rum com a água e o açúcar. Alterne camadas de trufas e sorvete, finalizando com sorvete. Leve ao freezer. Desenforme e decore com o chocolate. Sirva em seguida.
Experimente mais duas receitas bem fáceis de sorvetes para você fazer em casa

Sorvete Cremoso de Framboesa

Sorvete Cremoso de Framboesa
  • 225g de framboesas
  • 500ml de creme de leite fresco
  • 100g de açúcar
Em um liqüidificador, bater a framboesa com o açúcar.

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